quarta-feira, 17 de novembro de 2010

O prazer do diferente







Seria uma redundância dizer que a cada ensaio tudo é diferente. Todos
já ouviram isto de muitos fotógrafos. Mas é a pura verdade. O local é
o mesmo, o horário é o mesmo, a proposta é a mesma, mas cada vez que
vou para um ensaio fotográfico sinto algo novo, algo diferente e,
consequentemente, as imagens são outras, a luz é outra, o foco é
outro. Tudo é diferente.
Quero salientar especificamente o trash the dress que fiz com os
noivos Maristela e Renan na estação ferroviária de
Engenheiro Shimitt. Era de manhã e não tínhamos muito tempo, pois os
noivos precisavam viajar. Era apenas um momento para registrar o “pós
casamento”. E lá fomos nós. Clique aqui, clique ali. Os lugares eram
os mesmos de outros ensaios feitos ali, mas o clima era outro, era
outra luz.
Fomos em frente com poses descontraídas e muito riso. De repente, não
mais que de repente, eis que surge o trem, apitando na curva.
Corremos, nos preparamos para pegar a cena. Foi muito legal. Mas aí
surge o inesperado: Mari, com o seu longo vestido de
noiva, agarra numa escada do trem em movimento. O noivo acompanha a
cena e também sobe. Foram cliques rápidos. Eles me surpreenderam com a
atitude espontânea. E no final uma bela história foi contada.
Vendo o ensaio, podemos entender os noivos na estação a espera do
trem, a alegria da chegada e a partida, mesmo que numa escadinha
externa de um trem de carga.
Foi lindo. Foi maravilho. Foi surpreendente. Um ensaio que tinha tudo
para ser rápido e apenas um registro, pela falta de tempo, se
transformou num belíssimo trash the dress. Pelo menos na minha
suspeita opinião.